‼️🇲🇿 𝐂𝐨𝐦 𝐚 𝐚𝐣𝐮𝐝𝐚 𝐝𝐚 𝐔𝐒𝐀𝐈𝐃: “𝐄𝐬𝐭𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐚𝐩𝐨𝐢𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐮𝐦 𝐫𝐞𝐠𝐢𝐦𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐫𝐨𝐮𝐛𝐨𝐮 𝐚𝐬 𝐞𝐥𝐞𝐢çõ𝐞𝐬”, 𝐝𝐞𝐟𝐞𝐧𝐝𝐞 𝐞𝐱-𝐟𝐮𝐧𝐜𝐢𝐨𝐧á𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐚 𝐔𝐒𝐀𝐈𝐃
O antigo responsável da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Max Primorac, defendeu o fim do financiamento norte-americano a Moçambique, alegando que o país é governado por um “regime leninista-marxista” que “roubou as eleições” e que não implementa reformas.
As declarações foram feitas, na Quinta-feira passada (13 de Fevereiro) durante uma audiência no Congresso dos EUA, intitulada “A Traição da USAID”, onde foram debatidos os impactos da ajuda externa norte-americana.
Primorac, que ocupou um cargo de chefia na USAID durante o primeiro governo de Donald Trump, criticou os países que recebem ajuda da agência por manterem regimes ineficazes no poder e por não promover mudanças estruturais. Segundo ele, os Estados Unidos estão gastando entre 500 milhões e 1 bilião de dólares anualmente em Moçambique, sem que haja resultados concretos em termos de democratização e desenvolvimento.
“Na verdade, estamos apoiando regimes ruins. Estamos a gastar um bilião de dólares, meio bilião a um bilião de dólares anuais. E o que acontece? Não há reformas.” afirmou Primorac no seu depoimento.
Além das críticas à falta de avanços internos, o ex-funcionário apontou para um possível alinhamento do governo moçambicano com a China, alegando que, poucos meses antes das eleições do ano passado, o país teria cedido um dos seus portos para permitir operações militares chinesas no Oceano Índico. Para Primorac, a assistência financeira norte-americana acaba, indirectamente, por fortalecer a influência chinesa na região, contrariando os interesses estratégicos dos EUA.
“Estamos apoiando o socialismo. Apenas dois meses antes de nós chegarmos lá, ofereceu seu porto para permitir que a nave chinesa projecta-se seu poder para o oceano Índico”.
Durante a audiência, Primorac destacou que 19 dos 20 maiores beneficiários da USAID fazem parte da Iniciativa do Cinturão e Rota da China, um projecto global de infraestruturas liderado por Pequim. Para ele, isso demonstra que o dinheiro dos contribuintes norte-americanos está sendo utilizado para subsidiar a expansão chinesa, em vez de promover desenvolvimento sustentável e democrático.
A audiência também revelou os efeitos negativos da suspensão do financiamento da USAID em várias regiões. Em Moçambique, um dos impactos imediatos foi a redução na distribuição de alimentos e nos programas de saúde pública, agravando os desafios enfrentados por comunidades vulneráveis.
Além das críticas, no final da semana passada, um novo corte no financiamento para Moçambique foi anunciado pelo Departamento de Eficiência do Governo (DOGE), liderado por Elon Musk. O programa de circuncisão médica masculina voluntária, que recebia um financiamento de 10 milhões de dólares, foi descontinuado como parte de uma reavaliação da assistência externa norte-americana.
Se agora a China entrar na equação, é evidente que o endurecimento da posição dos EUA pode levar a novas restrições financeiras e diplomáticas, especialmente se a administração norte-americana adoptar uma linha mais rígida contra países considerados alinhados a Pequim.
Contudo, o impacto da possível redução da ajuda norte-americana a Moçambique continua por ser determinado, mas alguns analistas alertam que, sem esses fundos, programas essenciais de saúde, segurança alimentar e desenvolvimento económico podem enfrentar dificuldades nos próximos anos.
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